domingo, 27 de abril de 2014


Amor não é filosofia,
É exercício de vida,
É construção cotidiana,
Semeadura e colheita,
Resignação e atitude.
Permanente doação.

Amor não é filosofia.
Amor é dividir multiplicando,
Acolher o alheio em nosso íntimo...
Amor é labor,
É como regar as flores...
Semear a messe...
Colher as rosas...

Amor não é filosofia.
É química agindo...
Física aplicada...
Matemática dos seres,
Linguagem de beijos,
Geografia de corpos, 
História de vidas.

Amor não é filosofia.
É vida conjugada,
Experiência dividida,
Prazer multiplicado.
(Amor nem sempre é riso
Mas, também, nem sempre é dor.)

Amor é o divino no humano,
O infinito no efêmero.
Amor é a iniciação à eternidade.
Ilumine-se:
Exercite o amor todos os dia.
desconhecido

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Amar-te

Amar-te é me perder
Nos confins do pensamento
É navegar ao sabor do vento
É me entregar sem reservas
Dia e noite e também de madrugada.

Amar-te é criar um jogo de sedução
É sentir a palpitação do teu coração
É me embriagar com o teu cheiro
É sentir a maciez de tua pele
Abrindo o apetite da minh'alma.

Amar-te é saciar com calma
Cada momento ao teu lado
Na efêmera e cálida madrugada.

Amar-te é ser seduzida por tuas carícias
É ser envolvida por impulsivos desejos
Numa perfeita sintonia
De corpo, mente e coração
E degustar eternamente
saborosas sensações de prazer.

Amar-te é desnudar a alma
Sair da calma
É mergulhar no teu corpo sedutor
E sentir as delícias eróticas
Da nossa frenética paixão.

 Gracita


quinta-feira, 3 de abril de 2014


Não Repouses.

Não repouses no meu leito de outono
As folhas ainda não teceram o colchão,
o orvalho não pintou as almofadas
com as cores das alvoradas

Deixa  a lua viajar
com o tempo que me anoitece
entre fios leitosos de luar
A vida é já aqui
Quero vivê-la com os sonhos que teci,
passear os olhos pelos vincos do tempo
ausente das orquídeas formosas
e esquecer o murmúrio na pele lavada de rosas
Quero afagar o bordado no linho
que cresce nos campos com cores de menino,
nos baloiços de água em searas azuis.
Aqui entrego este corpo que guarda e envolve
este eu que sou e não sou.

Quero o murmúrio do colo do rio
Fala-me das cantigas que ouvia no Estio
Quero acompanhar o pólen das flores
em  laranjeiras acesas
com a dança das abelhas
Deixa que o fado cante a alegria deste exílio
que o tempo traçou na falésia da vida
Só há fado se o destino o marcou

Eu quero o sonho na flauta de um silêncio
quero o silêncio no esplendor das marés
quero as marés na galáxia da vida
nas nuvens em montanhas coloridas
quero o fluido silencioso do mel
nesta viagem 

Deixo a amargura e o fel
numa outra carruagem

Manuela Barroso